Um poema autoral que flerta com o erotismo da etimologia.
Maestria
Minhas pernas sobre teu rosto,
tuas mãos em meus quadris,
minhas unhas em tua pele;
Minha penugem com teus pêlos,
tua saliva com meus sumos,
meus lábios com teus lábios;
Meu peso contra tua mandíbula,
em teu nariz meus cheiros;
Minha voz sobre tua língua
dócil e instruída,
até que tu paras —
mordiscas —
e teu sorriso invisível
espera o inevitável.
Comando-te de novo;
tu, com o desvelo dos devotos
e a paixão dos famintos,
voltas a me servir
e a me governar.
(Isabela Escher)
Nota da autora:
Maestria —
o saber e a prática profundos do(a)
mestre(a), daquele que possui um saber maior.
A palavra pertence à família do latim
“magister” (mestre) e “dominatus” (domínio).
O poema pode ser reproduzido desde
que os créditos sejam atribuídos à autora, Isabela Escher, e que a reprodução
seja na íntegra, sem modificações e não seja utilizada para fins comerciais.
Caso deseje conversar com a
escritora, envie e-mail para: escher.isabela@gmail.com
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